sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

O tempo.
Incansavelmente insuficiente.
o tempo que se têm, ou que se pode chamar de tempo.

E essas luzes que ainda acendem o meu mágico e obscuro eu
que por vezes  inexistente.
Que se veste de “outros” e não "eu" verdadeiramente como um todo!
E a incerteza se apodera de mim  me tornando algo que perdi.
Presenteando-me com a incapacidade de desvendar quem sou. 
E nessa jornada nem o que se chama de muito tempo, 
Foi suficiente para desfragmentar o desconhecido.


É injusto!
Cobra-se tanto do tempo, 
que chego a ter pena dele quanto tenho de mim!
Que tem sido vítima, e se perde no escuro e obsessivo processo de me encontrar.

E os ponteiros quase que paralisados,
Mas que escorrem ao fechar meus olhos.
A cada noite tentando retratar em linhas,
as exaustivas tentativas de apresentar-me.
Que o tempo desvende quem sou.

O olho dourado;
Faz a luz embrenhar-se em minha alma,
flamejando.
Tudo é primoroso!
O azul,
que ofusca sobre a pele pálida,
ao breve deitar-se da noite.
E o sopro.
Contornando os fios desbotados.
Que dançam e correm.
Contra o fundo azul.
Reflito sobre o vidro escuro.
Olhos caídos,
Duas pequenas sementes negras,
Lembra-me ameixas, torcidas e opacas.
Sem coragem.
Queria eu ter essa concepção todos os dias quando aparto os olhos!
Essas linhas não mais melancólicas,
E eu as recuso se forem entornadas de dor.
As gotas serão divinas,
E que nunca sequem,
Ou me deixe esquecê-las!


O céu cinza se expõe,
Na vasta moldura do mundo.
Que chora!
Compondo o borbotar das lágrimas,
Sobre nossas cabeças.
E a ira é estampada no fundo do lençol,
Sem vida e úmido,
Embaçado como vidro
Que chega a escorregar os dedos.
 

Os que apontam o desconhecido. É a metade do mundo vago
Empoeirado, desamparado.
Quem são aqueles que não te esquecem?

Cinzas sopradas pelo Deus do inferno!
Colchão de pólvora,
Gigante margem do abismo!
Aquele vazio dentro de mim

Em forma de paisagem,
Por vezes vivo, por vezes morto.
Por mais brilhante, radiante e azul.
Uma ilustração do paraíso

É um tapete pintado
Onde os pássaros voam.
A moldura do mundo!